15/07/2007

Conflito de Gerações

Há uns dias recebi este texto de uma amiga.
Sempre acreditei nas gerações mais jovens, na evolução e na capacidade de adaptação da espécie humana, mas dá que pensar... e apetece partilhar.


"Falando sobre conflitos de gerações, o médico inglês Ronald Gibson começou uma conferência citando quatro frases:

1ª) "A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, desrespeita a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."

2ª) "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a Juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."

3ª) "O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais os seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."

4ª) "Esta juventude de hoje está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."

Após ter lido as quatro citações, ficou muito satisfeito com a aprovação que os espectadores davam às frases. Então, revelou a origem de cada uma delas:

1ª) De Sócrates (470-399 a.C .)

2ª) De Hesíodo (720 a.C.)

3ª) De um Sacerdote no ano 2000 a.C.

4ª) De uma escrita num vaso de argila descoberto nas ruínas da Babilónia (actual Bagdad), possuindo, portanto, mais de 4 milénios de existência."

17/06/2007

Desespero !!!

Onde estão as rosas, as papoilas, a flor de Jacarandá?
Onde estão os meninos, as bolas, os skates, as bicicletas, os chilreios?
Onde estão os namorados, as cores, os ritmos, os gritos, as gargalhadas?
Onde está o sol? E os 23º à sombra?
E a brisa ao fim da tarde?
E o perfume das glicínias?
Alguém me sabe dizer por onde anda a Primavera?

15/05/2007

Famílias alternativas ???

A minha vizinha da frente, viúva há tantos anos que já nem se lembra muito bem há quantos- e para aqui também não é grave a falta de clareza dos números- vive com um filho adulto, "incapaz", por inércia há tantos anos acumulada que não é possível imaginar solução para tão grande problema- o que para aqui também não é relevante (por enquanto)- e com um cágado minúsculo do qual- aqui sim é importante afirmar- confirmo a existência, pelos monólogos , ora ternos, ora zangados que a minha vizinha lhe dispara, quando se põe à janela com o bicho, imaginam porquê? Para o secar após o banho.
Rotinas são necessárias. Que o diga a senhora minha vizinha, cuja idade lhe ensinou que com rotinas se podem salvar dias de vazios e desperdicíos de tempo... Não haveria o bicho de tomar banho todas as semanas? Pois claro que sim. De sabonete, na carcaça, por baixo e por cima, nas patitas, que de barriga para cima, ficam a dar a dar, não se sabe se de prazer, de pânico ou de automatismo... Depois limpa-se muito bem, puxa-se o lustrinho, e vai-se para a janela apanhar sol, ou apenas uma "aragesita".
-Ói quida, está asseadinha, está? Coisinha linda! Está a gostar, está? Cheirosinha, hein? Prá semana há mais! Vamos lá apanhar um solinho! Quem é amigo, quem é?
Quaisquer outras "conversas" mais íntimas havidas entre a minha vizinha e o seu cágado não serão aqui reproduzidas. A privacidade de cada um, mesmo que a descoberto de uma janela, tem limites.
A senhora, há dois meses, caíu. Não sabe como fez aquilo. Tropeçou numa pedra. Estendeu-se ao comprido. No meio da rua. "Que vergonha!Nem tive habilidade para me segurar com as mãos"-dizia. Resultado: Braço direito ao peito. Engessado!
Quando me apercebi do incidente, já tinham passado dois dias. Era fim-de-semana. Perguntei, de janela para janela, se precisava de alguma coisa. Se queria que lhe fizesse o comer, que lhe trouxesse alguma coisa da rua, talvez uma ajuda na limpeza da casa, quem sabe, um lenço mais largo para trazer o braço ao peito... "que não, obrigadinha. Eu cá me vou arranjando"-respondeu. E acrescentou quase num sumisso de voz: "Só se me pudesse ajudar a dar o banho ao meu cágadozinho, coitadinho, que tenho medo de o deixar cair, como não tenho sensibilidade nos dedos..."

Disseram-me há pouco que se comemorava hoje o dia internacional da família!!!

11/03/2007

Olhares

O céu mesmo azul e o sol mesmo quente deram-me vontade de ir para a esplanada, e aquietar-me por lá sem hora marcada para partir.
A melhor forma que encontro de apreciar a praça, o café, o sol e o azul do céu é fazer de conta que sou mesmo turista. Que estou ali pela primeira vez, que não vou mais voltar.
O traçado arquitectónico tem sempre algo novo para descobrir, as sombras nunca são iguais, as pessoas que circulam oferecem instantes únicos, as crianças gritam, atrás dos pombos, nos mais diversos tons e até os cães vadios, que dormem no empedrado mais batido pelo sol, suscitam sensações de afabilidade dentro de mim.
Amanhã, ou noutro dia qualquer, visitarei novamente aquela praça pela primeira vez e poderei saborear o dia como se fosse o último sítio a visitar antes de partir.

04/03/2007

Travessias

Tanto que eu gosto de dançar.... e há tanto tempo que não o faço! Nem mesmo em casa, onde, normalmente, dou largas à imaginação e me solto sem quaisquer constrangimentos. Parece que o corpo se resguarda, naturalmente, de determinados ritmos, rituais, gostos. E aos poucos se habitua a viver assim, quieto. Parece que há uma energia que se esconde, em certas alturas, sem qualquer razão aparente, mas que é necessário respeitar. Assim o sinto.

Uma dor no cotovelo esquerdo que me acompanha há meses, parece ter vindo para ficar. Também devagarinho, o corpo se vai habituando à falta de força e é o braço direito que acorre voluntário a pegar nos objectos. Sem pensar.

Por vezes acordo com torcicolos que se formaram durante a noite. Sem explicação. E é quando olho o mundo do alto da minha inflexibilidade que me submeto, de vez, à evidência do imprevisível. Sem resistência.

O difícil mesmo é atravessar a mudança. Chegar à outra margem. Sem perder o equilíbrio.

20/02/2007

Companheiros

Ler é um dos meus passatempos favoritos. Ultimamente, os livros têm sido, também os meus companheiros.
Leio a comer, antes de dormir, e nos intervalos de outras actividades.
Por vezes, venho apressadamente para casa para continuar uma história bem contada, seja ela, ficção ou estudo. A vontade de chegar ao fim mistura-se com o prazer de adiar essa meta. É ambíguo e simultaneamente certo este prazer.
Porque me dão prazer, me ajudam a percorrer os dias e ainda me obrigam a reflectir sobre mim e os outros, me dão sensações novas e me ensinam sobre mim mesma, coisas que ainda não sabia, considero, estes meus companheiros, no mínimo, fantásticos!

11/02/2007

Voar

Com a ajuda do filhote é possível dar mais um passinho aqui.
A casa está a ficar arrumada...aos poucos, agora é só deixar fluir...

Em dia de referendo nacional, nem acredito no que estou a ouvir(em canais de televisão, e cuja sincronia para as pausas é perfeita!)
Por vezes é preciso beliscar-me para saber se estou acordada ou a delirar....
A quantidade de gente envolvida e os meios de todo o género que se dispendem para produzir uma discussão!
Discussão essa que já nem deveria existir....(de atrasada que está).Bom, mas não vou bater mais no ceguinho.

Da janela do autocarro, em dia de várias caras, vi, por breves segundos, um bando de pássaros a voar em voo picado. Ao executarem uma curva, quais bailarinas em trapézios, vejo-lhes as asas de côr rosa escuro, quase púrpura, brilhante. Existem pássaros (urbanos ) cujo interior das asas é rosa? Ou eu testemunhei um fenómeno qualquer -de reflexos?-que não poderei ter a pretensão de ver mais? O momento foi de encanto e esse já o vivi!








03/02/2007

Há sempre uma primeira vez

Quem sabe o que vai acontecer...
Para já, isto é uma aventura.
E, por aqui me fico porque já estou cansada de tentar mudar a configuaração do poema do cabeçalho, sem sucesso.
Vou continuar a tentar, mas não hoje.