04/03/2007

Travessias

Tanto que eu gosto de dançar.... e há tanto tempo que não o faço! Nem mesmo em casa, onde, normalmente, dou largas à imaginação e me solto sem quaisquer constrangimentos. Parece que o corpo se resguarda, naturalmente, de determinados ritmos, rituais, gostos. E aos poucos se habitua a viver assim, quieto. Parece que há uma energia que se esconde, em certas alturas, sem qualquer razão aparente, mas que é necessário respeitar. Assim o sinto.

Uma dor no cotovelo esquerdo que me acompanha há meses, parece ter vindo para ficar. Também devagarinho, o corpo se vai habituando à falta de força e é o braço direito que acorre voluntário a pegar nos objectos. Sem pensar.

Por vezes acordo com torcicolos que se formaram durante a noite. Sem explicação. E é quando olho o mundo do alto da minha inflexibilidade que me submeto, de vez, à evidência do imprevisível. Sem resistência.

O difícil mesmo é atravessar a mudança. Chegar à outra margem. Sem perder o equilíbrio.

3 comentários:

Anônimo disse...

http://museu.fis.uc.pt/

"Equilibrista mostrando a condição de equilíbrio".
Enviei este postal à Teresa quando ela foi para os Açores.

antídoto disse...

Vim espreitar o teu cantinho e descubro-te... melancólica?
Esse cotovelo quer-se tratado e o pescoço massajado.
A menina dança? : )

Isabel Neto disse...

Obrigada, Antídoto, pela tua visita.Aparece sempre!
Melancólica? És capaz de ter razão, para mal dos meus pecados. Espero que seja só uma "fase". O cotovelo está "melhorando". O pescoço aguarda quem o massage...
Danço, pois!!! Vamos?